quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O saber, antes e depois de Cristo

Os Upanishads, os textos de yoga, o sistema do samkhya, demonstram que os seres humanos daquela época, ainda que vivessem com menos artigos de luxo, tinham conceitos espirituais muito elevados. Alguns deles já sabiam que Deus é Universal, que Deus é Existência-Conhecimento-Bemaventurança Absoluta, que Deus é Pessoal e Impessoal; sabiam que o homem, pelo caminho do controle interno e externo pode gozar da Bemaventurança eterna pela misericórdia divina; sabiam que todo o sofrimento humano é devido a que o homem ignora sua própria natureza divina. De maneira que não podemos dizer que o homem, antes da era cristã, não necessitou nem teve a benção da presença das Encarnações. É ilógico, insensato e dogmático dizer que antes da aparição de Jesus Cristo a raça humana não recebia a graça divina e que com a Encarnação de Deus no corpo de Jesus se abriu, pela primeira vez, a porta da salvação. Salvação é ser consciente da eterna presença de Deus. Além disso, o hindu diz que, como todas as idéias e normas, as da Religião prosperam também, durante certo tempo e depois decaem, as pessoas afastadas de seu Ideal, se tornam egoístas e mesquinhas, se esquecem de amar a Deus e a seu próximo, vivem a vida puramente sensual, de luta e competição...

2 comentários:

  1. Nota de rodapé - pág.121 - AUTOBIOGRAFIA
    DE UM IOGUE:

    Os Upanisháds ou Vedanta (literalmente, “parte final dos Vedas”) aparecem a certos intervalos nos quatro Vedas e são sumários essenciais que formam a base doutrinária da religião híridu, Schopenhauer exaltou-lhe “os pensamentos profundos, originais e sublimes”, acrescentando: “O acesso aos Vedas (em traduções ocidentais dos Upanishds) é, aos meus olhos, o maior privilégio que este século pode reivindicar em relação a todos os séculos anteriores.”

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  2. Friedrich Nietzsche também foi estudioso das religiões e filosofias orientais, a ponto de dizer que "o Budismo é 100 vezes mais realista do que o Cristianismo".

    Aliás, me parece que essa escolinha existencialista Schopenhauer/Nietzsche/Sartre, criou uma porta de acesso à Filosofia Oriental no ocidente.

    Em Joseph Campbell, "As máscaras de Deus", encontramos de fato, a concepção de ego moldada pelo Cristianismo, de que, a desenvoltura do ego é mesmo o amadurecimento social e intelecto-moral do indivíduo, enquanto que nas tradições orientais o ego foi apontado como o criador de ilusões e sofrimentos para as pessoas.

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