APÊNDICE
APARIÇÕES
"A alma origina-se de três princípios; ela vive, portanto numa angústia ternária, e está presa por três laços. O primeiro laço liga a alma à eternidade e alcança o abismo do inferno (a vontade ígnea); o segundo é o reino do céu; o terceiro é a região das estrelas com os elementos. O terceiro reino não é eterno, mas tem um certo período de existência; no entanto, é o reino que faz o homem crescer, dotando-o de hábitos, vontade e desejos relacionados ao bem e ao mal. Ele lhe confere beleza, riqueza e honras, e o torna um rei terrestre. Este reino permanece com ele até o fim de seu tempo, depois o abandona; da mesma forma que o auxilia a obter a vida, o auxilia na morte, libertando-o da alma astral".
"Primeiro os quatro elementos se afastam do elemento único, interrompendo a atividade no terceiro princípio; a separação dos quatro elementos é terrível; depois, a tintura com a sombra (do que era homem) entra no outro elemento, e com essa sombra permanece na raiz do elemento, de onde os quatro elementos tiveram sua origem e de onde emanaram. Este rompimento, por si só, é dor e sofrimento; é a destruição da casa sensível da alma".
"Ocorre que se as essências da alma, no primeiro princípio, estiveram muito apegadas aos caminhos deste mundo, a ponto de desejarem apenas o luxo, a honra temporal, o poder e pompa; a vontade, a alma, ou seja, as essências do primeiro princípio, ainda reterão as essências astrais como seu tesouro mais precioso, e desejará habitar ali; mas, como essas essências não estão privadas de sua mãe, os quatro elementos, tornam-se gradualmente consumidas nas essências do primeiro princípio."
"A alma, em sua vestimenta astral, flutuando nas portas da profundeza, passa por grandes dificuldades, devido ao seu estado terrestre, e pelo poder que pertence à sua constituição astral, ela pode reaparecer em sua forma corpórea prévia, pedindo algo, tal como era seu desejo antes da morte, buscando obter repouso; ela pode também ir a lugares assombrados e tentar manifestar sua presença na luz, de acordo com seu espírito sideral, produzindo ruídos de várias espécies".
"Aquilo com o que se revestiu durante a vida será seu ornamento. Se for a luxúria, a ambição, o luxo, as riquezas, a malevolência, a ira, as mentiras ou a ilusão do mundo, então o forte poder das essências do primeiro princípio apega-se á essas coisas através do espírito sideral, dando-lhe atividade de acordo com a qualidade astral. O espírito sideral busca, incessantemente, aquilo que deseja, como diz o Cristo: ‘Onde quer que esteja seu tesouro, ali está seu coração’. Portanto, os fantasmas dos mortos são freqüentemente vistos vagando sem descanso. Aquilo com o que a alma se revestiu aqui no corpo (em sua vontade e pensamento), constitui sua angústia, e segundo sua angústia será sua forma e aparência no estado astral, até que esse estado e angústia sejam consumidos. Sua habitação eterna é o profundo abismo sem fim ou número, e as obras realizadas aqui são incorporadas nas formas de sua tintura, e a perseguem."
"Não há luz, nem deste mundo, nem de Deus, apenas a luz da ignição de seu próprio fogo, sendo ele um terrível inimigo, a carne de sua cólera. O tipo de angústia destas almas diferem segundo à qualidade daquilo que a alma se carrega. Para tal alma não há auxílio; ela não pode penetrar a luz de Deus; e mesmo que São Pedro tivesse deixado mil chaves sobre a terra, nenhuma delas abriria a porta, pois ela já rompeu o laço que a conectava com a Divindade". (Veja: Three Principles, XIX).
ASCETISMO
"Está Escrito que é muito difícil um homem rico entrar no reino dos céus. Isso não se refere à posse de bens, mas a uma vida vã e avarenta; pois enquanto o homem engorda, Deus é esquecido. Ninguém deve imaginar ser abençoado por ser pobre. Se ele é um incrédulo e descrente, está então no reino do demônio, além de sua pobreza. Nem o homem rico deve jogar fora seu dinheiro, nem dá-lo ao gastador, pensando com isso alcançar a benção eterna. O reino de Deus está na verdade, na justiça, e no amor para com os necessitados. Ele não condena ninguém que use apropriadamente o que tem. Não se deve deixar o cetro e ficar num canto lamentando-se. Isso não passa de hipocrisia. Você pode servir muito melhor a lei da justiça e ao reino de Deus, mantendo seu cetro, protegendo o fraco e oprimido e trabalhando pelo certo e pelo justo; não segundo sua avareza, mas no amor e temor de Deus". (Principles, XXV 74).
ESPÍRITO ASTRAL
"Tudo o que fazemos, pensamos e desejamos em nosso ser exterior é obra do espírito deste mundo, atuando em nossa constituição; pois o corpo nada mais é do que o instrumento daquele espírito onde opera, e como todos os outros instrumentos que nascem do espírito deste mundo, irá, por fim, se desfazer e se decompor. Portanto, nenhum homem deve desprezar ou condenar outro homem, caso este não possua as mesmas qualidades que ele; pois o céu natural (a constelação) constrói cada homem segundo a natureza das influências regentes. Ele fornece a cada pessoa seus caminhos, modos e caracteres, além de seus desejos e intintos, e isso não pode ser arrancado do homem externo enquanto o céu externo não romper sua constituição animal. Mas se o homem externo não faz o que o espírito do mundo externo deseja nele, mas é forçado a abandonar o que é falso e ilusório, então tal poder não procede do céu externo, mas do novo homem interior, que precede da eternidade e batalha contra o homem terrestre"; normalmente ele alcança uma vitória sobre o segundo". (Three Principles, XXV 6).
Sintonia
"Se queres seguir o caminho (da luz), é preciso grande sinceridade. Não pode ser só palavras e pretensão, enquanto o coração encontra-se longe; pois deste modo nada conseguirás. É preciso unificar toda sua mente, com todos os seus sentidos e razão, em uma só vontade, se queres ser restaurado e sair de suas abominações. É preciso colocar seu sentido em Deus, em Sua caridade, com plena confiança e segurança, então irás conseguir. Se o demônio em ti disser: ‘Não pode ser, és um grande pecador’, não se deixe aterrorizar, pois ele é um mentiroso, e o pai da dúvida".
"Não há mais do que dois reinos movendo-se no homem. Um é o reino de Deus, onde está o Cristo, desejando-o; o outro é o reino do inferno, onde está o demônio, desejando-o também. A pobre alma terá que batalhar, pois está no meio. Cristo oferece a ela o novo manto, e o demônio as roupas do pecado; sempre que o homem tem um bom pensamento ou desejo por Deus, desejando entrar em verdadeira sintonia (tornar-se um com o Divino), esse pensamento, com certeza, não vem dele, mas do amor de Deus, e a nobre virgem o chama para que venha, e para que não desistas de seus esforços. Mas, se neste caminho, o homem se depara com seus grandes pecados, que tentam dete-lo como montanhas, de modo que não encontra paz em seu coração, isso é, com certeza obra do diabo, que o faz pensar que Deus não quer ouvi-lo. Nestes momentos não deixe que nada te detenha ou te terrifique; pois o demônio é teu inimigo. Está escrito que se os pecados dos homens fossem vermelhos como sangue eles se arrependessem verdadeiramente, os mesmos se tornariam brancos como a neve". (Principles, XXIV 34).
"Assim, a jóia preciosa é semeada; mas, lembra-te bem, ela não se transforma imediatamente em árvore. O demônio irá, freqüentemente, insinuar-se e tentará destruir a semente de mostarda; a alma terá sempre que suportar pesadas tormentas, e ser coberta com as sombras de seus pecados. Mas, se há uma batalha constantemente contra os poderes do demônio, então a árvore irá crescer e florir, e tu obterás o fruto". (Three Principles, XXIV 37).
A Cruz
A cruz com a imagem de uma pessoa ali pregada morrendo, é o símbolo da regeneração e da iniciação. Este símbolo recorda ao verdadeiro seguidor de Cristo, que deve passar pela morte mística e regenerar-se no espírito antes de poder entrar na glória da vida eterna. A cruz representa a vida terrestre, e a coroa de espinhos os sofrimentos da alma dentro do corpo elementar, mas também a vitória do espírito sobre os elementos das trevas. O corpo está nu, indicando que o candidato à imortalidade deve despir-se de todo desejo das coisas terrestres. O corpo está pregado na cruz, o que simboliza a morte e a rendição da vontade-própria, e que não se deve pretender realizar qualquer coisa por seu poder próprio, mas meramente servir como instrumento no qual a vontade Divina é executada. Acima da cabeça estão inscritas as letras:
Continuará...
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