"Parece-me que não tentastes compreender o significado da palavra “participar”. No participar não há autoridade, pois não há nem vós nem eu. Não há consciência de dar ou de receber; só há o ato de participar, que não confere importância nem a quem dá nem a quem recebe. E, participar implica muitas coisas: que ambas as partes — o orador e vós — se acham num estado de espírito no qual só há aquela tendência, ou sentimento, ou afeição, ou amor que, impremeditadamente e sem identificação com nenhuma personalidade, estabelece a participação (comunhão). Nesse participar não há instrução. Não há instrutor nem discípulo, não há quem dá nem quem recebe, porém, tão-só, um ato de completa comunhão. Não sei se já alguma vez conhecestes esse sentimento de completa união, de completa comunhão existente no ato de participar, que é com efeito um ato de grande afeição e compaixão. Vamos considerar um assunto que não exige uma mera explicação verbal ou dialética, ou troca de opiniões, ou oposição de uma idéia a outra idéia, pois, quando tais coisas existem, o ato de participar se torna muito fraco. Queremos falar, nesta tarde, sobre a questão da ação. Mas, para compreendê-la, não apenas verbalmente, não apenas intelectualmente, porém com a totalidade de nosso ser, temos de ultrapassar as palavras. Só então pode haver comunhão, participação, só então podemos tomar parte juntos em algo de suma importância. E esta questão da ação requer, não só uma explicação verbal, mas também, e muito mais, que marchemos juntos, explorando cuidadosamente o nosso caminho para a compreensão desta questão da ação.
sábado, 2 de abril de 2016
Do Ato de Observar - Krishnamurti
"Parece-me que não tentastes compreender o significado da palavra “participar”. No participar não há autoridade, pois não há nem vós nem eu. Não há consciência de dar ou de receber; só há o ato de participar, que não confere importância nem a quem dá nem a quem recebe. E, participar implica muitas coisas: que ambas as partes — o orador e vós — se acham num estado de espírito no qual só há aquela tendência, ou sentimento, ou afeição, ou amor que, impremeditadamente e sem identificação com nenhuma personalidade, estabelece a participação (comunhão). Nesse participar não há instrução. Não há instrutor nem discípulo, não há quem dá nem quem recebe, porém, tão-só, um ato de completa comunhão. Não sei se já alguma vez conhecestes esse sentimento de completa união, de completa comunhão existente no ato de participar, que é com efeito um ato de grande afeição e compaixão. Vamos considerar um assunto que não exige uma mera explicação verbal ou dialética, ou troca de opiniões, ou oposição de uma idéia a outra idéia, pois, quando tais coisas existem, o ato de participar se torna muito fraco. Queremos falar, nesta tarde, sobre a questão da ação. Mas, para compreendê-la, não apenas verbalmente, não apenas intelectualmente, porém com a totalidade de nosso ser, temos de ultrapassar as palavras. Só então pode haver comunhão, participação, só então podemos tomar parte juntos em algo de suma importância. E esta questão da ação requer, não só uma explicação verbal, mas também, e muito mais, que marchemos juntos, explorando cuidadosamente o nosso caminho para a compreensão desta questão da ação.
Publicada por
Eze Ant
às
20:22
0
comentários
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Tópicos
-Vedanta,
Consciência,
Meditação
Subscrever:
Mensagens (Atom)